Biodisponibilidade, o que é?

Já por algumas vezes, aqui no blog (e em tantos outros contextos), falei em "biodisponibilidade". Afinal o que é e porquê tanta relevância sobre este tema?
Bem, tecnicamente, "biodisponibilidade" define-se como "a disponibilidade de um mineral dentro do intestino delgado para absorção e a real absorção(eficácia) do mineral. Implica retenção do mineral no corpo e o seu uso nas células ou tecidos". A biodisponibilidade, pode também ser definida como "o grau no qual uma droga ou outra substância, chega à circulação e se torna disponível no órgão ou tecido alvo". Em suma, a biodisponibilidade está relacionada com a quantidade da molécula química em questão (nutrientes, minerais, fármacos...), que é realmente absorvida e que faz a acção desejada. Assim, é fácil perceber porque é que, alimentação não é nutrição!
Isto é, alimentação, é o acto de nos alimentarmos e a nutrição, relaciona-se com os nutrientes presentes nos alimentos que conseguimos absorver e utilizar no nosso corpo. Fica então, a chamada de atenção importante de que alimentar, não significa nutrir!


Percebe agora a importância de se adequar a alimentação a cada pessoa em vez de generalizar? Duas pessoas complectamente saudáveis, podem absorver e/ou utilizar os nutrientes de diferentes formas e isso, é determinado pela genética (capacidade enzimática, de desintoxicação, hormonal...), além de que o factor emocional, é extremamente importante!
E os suplementos? Pois é, praticamente todas as pessoas deveriam suplementar, mas as suas necessidades mudam muito entre si! Se existem nutrientes que o corpo humano necessita para a sua sobrevivência e a genética da pessoa em questão é desfavorável a produzir ou utilizar determinado nutriente, então a dosagem que necessita, já será diferente de outra pessoa cuja genética já faz alguma produção e/ou boa utilização daquela substância. Neste último caso, possivelmente uma dose baixa de um suplemento ou até apenas um reforço daquele nutriente na alimentação, será suficiente.
Agora passando a exemplos práticos, deixe-me dar-lhe umas ideias sobre que nutrientes alteram a biodisponibilidade uns dos outros:
🍊A vitamina C, aumenta a biodisponibilidade do ferro (daí, que muitos suplementos com ferro tenham vitamina C ou então, eu recomendo frequentemente as marinadas na carne);
🍊As leguminosas, têm presente na casca, umas substâncias (fitatos) que impedem a absorção de outros nutrientes. Logo, diminui a biodisponibilidade desses nutrientes. Aos cereais, atribui-se o mesmo raciocínio com muitos outros minerais;
🍊A vitamina D, auxilia na absorção do cálcio. Logo, a vitamina D aumenta a biodisponibilidade do cálcio;
🍊Por fim, o simples acto de cozinhar, em grande parte dos nutrientes, diminui a sua biodisponibilidade (salvo algumas excepções, sendo o tomate um bom exemplo de excepção em algumas das suas propriedades).
E muitos mais exemplos poderia dar, mas parece-me que estes são bons exemplos para dar a entender que a alimentação e principalmente nutrição, é um MUNDOOOO!

E agora que já tem este conhecimento, aproveito para desvendar que uma das próximas publicações nas redes sociais (Instagram e Facebook), será mais exemplos práticos como os aqui já mencionados. Esteja atento(a)!😉

Entretanto, deixo também aqui alguns artigos, já publicados no blog que, de certa forma, se relacionam com o tema😉 (clique aqui, aqui e aqui).

Desfrute!

A autora não usa o acordo ortográfico.

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