“Mais Olhos Que Barriga”?? E Agora, O Que Fazer Quando Ela Dói?

Quando começamos aquele jantar de amigos com comida que adoramos e é diferente da que habitualmente comemos, o/a leitor(a) já está a ver onde este exemplo vai parar, certo?! Naquele momento em que estamos cheios de dores de barriga por termos arregalado os olhos e mordido a língua resultando em “comilança” da grande no momento descrito!
Imagem de: https://br.blastingnews.com/curiosidades/2020/11/5-alimentos-otimos-para-tratar-a-dor-de-barriga-003230618.html

E nestas situações, o que fazer? Agora que nas férias e época de natal as jantaradas aumentam, como podemos evitar momentos penosos como este em que nos agarramos à barriga jurando não voltar a repetir aquele comportamento ou aqueles alimentos que já sabemos que vão dar “asneira”? E a “barriga que não pára de mexer” antes e até durante aquela apresentação no trabalho? Porque é que isso acontece e como pode evitar? E se vai de viagem, a sua barriga não pára?

Bem, antes de esclarecermos tudo isto, será importante perceber o que são as dores de barriga e quais as suas possíveis origens.
A dor de barriga é um sintoma e uma queixa muito comum, que resulta de uma enorme possibilidade de factores. Estas dores podem ser mais fortes ou mais fracas na sua intensidade conforme a razão que as levam a acontecer. Todos nós já sentimos uma leve dor de barriga que passa num breve espaço de tempo e sem necessidade de consultar um profissional. Ou seja, a dor de barriga numa duração curta e de leve intensidade é fisiológica e muitas vezes, necessária para o processo digestivo. No entanto, quando a intensidade da dor é grande ou até moderada, mas que persiste de uma forma crónica ou ainda se é acompanhada por outros sintomas, a questão de consultar um médico, põe-se no momento.
Grande parte das dores de barriga, não derivam de patologias complicadas e tendem a ser resultado de cólicas intestinais (dores violentas despertadas pela contracção espasmódica da parede do órgão, neste caso, o intestino), associadas a uma alimentação desequilibrada ou intoxicações alimentares. Quando as dores são de intensidade leve e duram apenas até algumas horas, estão muitas vezes, associadas às dilatações que acontecem nas paredes do intestino devido à acumulação de gases intestinais. Este quadro também pode resultar de uma ligeira ansiedade provocada por uma apresentação importante no trabalho ou até a mudança de ambiente de uma viagem, que devido à vasta terminação nervosa nesta área, é comum, nestas alturas de maior ansiedade, o aumento do conteúdo de gases nos intestinos.

Mas e se a dor abdominal (ou dor de barriga) persistir ou até se tornar incapacitante ou associada a outros sintomas? Bem, neste caso, a procura de um médico faz todo o sentido e podem ser consideradas várias as causas como gastrite, úlceras, pancreatites, cálculos biliares (mais comummente chamados de “pedras” na vesícula), apendicite, diverticulite, obstipação, hérnias, doença de Crohn, doença Celíaca, Síndrome do Cólon Irritável, intolerância alimentar, botulismo, entre tantas outras hipóteses, consulte mesmo um médico e evite a automedicação!

Sendo que o corpo trabalha todo em conjunto, é difícil isolar quaisquer patologias sem considerar a alimentação e vice-versa.

Para que tenha ideia da importância que a alimentação pode ter nestes casos, deixe-me dar-lhe umas breves explicações da relação de alguns destes exemplos com alimentos.
Começando pelas leves dores de barriga que todos já experienciámos algures na vida, consequentemente todos associamos determinados alimentos à ideia de dor de barriga ou até de apenas flatulência (acumulação de gases, neste caso, nos intestinos), como é o caso das leguminosas. Em algumas pessoas, esta flatulência resulta em cólicas intestinais fortes e por isso, fazem deste grupo de alimentos, um grupo inimigo. Contudo, este é um grupo riquíssimo na sua composição nutricional e a SUA Nutri está aqui para o/a acalmar e dar um truque fantástico!
As leguminosas, têm presentes nas suas peles/cascas muitos componentes designados de antinutrientes como os fitatos (impedem a absorção de outros nutrientes da refeição) e se as germinar, não só diminui a concentração destes antinutrientes, como também vai reduzir o grau de flatulência após a sua ingestão. Que bom, não é? Agora já sabe o que fazer nestes casos! (clique aqui para ler o artigo onde fica a saber como germinar).
Um detalhe a evitar, também muito importante na alimentação, é a ingestão de líquidos aquando de sólidos. O facto de beber líquidos enquanto ingere alimentos sólidos, acarreta uma série de atritos no processo digestivo que vão desde uma má mastigação, diluição do pH gástrico e toda uma cascata de eventos, nada benéficos para a digestão do alimento. As pessoas que possuem divertículos (pequenas bolsas no cólon), deverão ter especial atenção a este detalhe uma vez que, ao diluir o pH do estômago, a enzima que auxilia o processo digestivo das proteínas não é activa, passando à “fase seguinte” com dimensões maiores que as desejadas. Na verdade, este é um tema que todos nós devemos ter cuidado, já que a probabilidade de ter divertículos é alguma e principalmente porque se não tem, muito possivelmente poderá desenvolver com o avançar da idade.

Então e se tem dores de barriga ou cólicas fortes que resultam em diarreias? Estes casos que todos nós conhecemos de “qualquer coisa que comi que não devia estar bom” ou então, pessoas com patologia do Síndrome do Cólon Irritável que o seu trânsito intestinal tanto passa de obstipação para diarreias e o único aviso é uma dor de barriga aguda?

Bem, nos casos das diarreias que poderão ser por uma intoxicação alimentar ou mesmo provocadas por algumas disfunções do sistema digestivo, é importante evitar alimentos estimulantes como os cafés e picantes e também alimentos ricos em fibras como vegetais crus.

Quando a dor de barriga é causada por obstipação, já deverá incluir os alimentos opostos. Alimentos ricos em fibra, pré e probióticos (clique aqui para saber mais e melhor sobre estes termos!) e muita água! Isto é, fruta, iogurtes, vegetais, cereais integrais e sempre a água afastada das refeições.

Agora que já sabe como se alimentar em ambos os casos, é de considerar que em todos eles, recorrer ao uso de probióticos em suplementação poderá ser prática adequada. Aquando de um estilo de vida saudável, manter na dieta alimentos ricos em probióticos (como iogurtes, kefir e picles por exemplo), é recomendado e suficiente.

 

Votos de um óptimo sábado!

A autora não usa o acordo ortográfico.

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