Light, Diet e Enriquecidos. Procure as diferenças!

Caro leitor, recorda-se das primeiras vezes que este tipo de produtos foram lançados?
Recordo-me perfeitamente que foi a revolução da indústria alimentar onde tudo era um espetáculo, onde também numa reportagem que assisti, um senhor (com uma certa idade) a responder à questão "o que acha dos produtos light", com aquela típica expressão de quem não faz a mínima ideia do que outro está a falar, dizendo "não uso disso"! Claro que isso, na altura, foi a rizada total mas é facto que esse senhor, vários anos mais tarde, afinal tem com ele uma equipa de apoiantes grande.
Pois é, com o passar do tempo, "estas coisas dos light, diet e zero" foram, erradamente, passando do seu tempo de glória e actualmente já ganharam inimigos. Na minha humilde opinião, muitas vezes baseados em opiniões sem conhecimento de causa.

Ora, vamos então esclarecer as diferenças. Simples!
Diet - Isentos de um ou vários dos componentes/nutrientes que normalmente o compõe;
Light - Produto alimentar com a redução de um dos componentes/nutrientes que o constitui;
"Mas esses alimentos estão cheios de outras porcarias" são das frases que mais oiço em consulta no que toca a este tipo de produtos. Então para esclarecer, é perfeitamente normal que, para um produto alimentar tenha aproximadamente o mesmo sabor, consistência e textura, não tendo os ingredientes naturais que o fazem, precisem de outros ingredientes de forma a obter um resultado final no mínimo parecido.
E isso é bom? nem sempre! Sei que, com este texto, pareço a defensora número um destes produtos mas antes pelo contrário. Simplesmente acho que eles têm que ser aplicados no contexto correcto. Isto é, estes produtos alimentares, quando foram criados pela indústria alimentar, tiveram o objectivo de poder oferecer, a pessoas com patologias DIAGNOSTICADAS (doentes celíacos, diabéticos, com colesterol elevado, intolerantes a alguns dos componentes...), principalmente os "Diet" e isso foi fantástico para essas pessoas! possibilitou a muita gente, voltar a comer alimentos que pensavam não poder comer mais.
Portanto, o termo diet, pode ser utilizados para alimentos que não possuem ou açúcares ou proteínas, gorduras, sódio, etc. e como já referido, um alimento diet não é necessariamente um alimento de valor calórico reduzido ou até o mais indicado para uma pessoa sem qualquer restrição alimentar. Um bom exemplo deste facto, é o chocolate diet, uma vez que a substituição do açúcar para adoçantes modifica a textura deste alimento e para se conseguir a textura habitual, os fabricantes adicionam mais gordura ao produto.
Na minha opinião, apesar destes mecanismos de substituição estarem cada vez melhores, por vezes as calorias, quantidade de açúcares ou outro grupo em particular nem sempre faz deste alimento o mais adequado às pessoas sem patologias associadas por isso, antes de comprar estes alimentos, veja sempre a lista de ingredientes e a tabela da composição nutricional.

Entretanto, com o passar do tempo (e com os vários estudos científicos), começou a perceber-se que dietas baixas em açúcar e gorduras eram uma mais valia para a maior parte das populações ocidentais, na nossa população portuguesa, faz bastante sentido quando na nossa típica doçaria portuguesa, se baseia em açúcar. Desde então, começou a haver uma procura, em massa, dos alimentos light/Diet pela sua redução de açúcar e/ou também de gordura.

Os produtos light, contrariamente aos diet, os nutrientes/componentes não são eliminados, pois não são produzidos com a finalidade de atender às necessidades terapêuticas. Para que um alimento seja considerado light, pelo menos 25% das calorias e nutrientes envolvidos, devem ser reduzidos. 
Com aumentar da procura destes alimentos e da evolução da tecnologia alimentar, a procura por um sabor idêntico ao tradicional foi estando cada vez mais apurada fazendo com que o sabor deste alimentos se tornasse melhor e havendo uma generalização da ideia, por parte da população, de que os produtos light são preferenciais do que os normais e nem sempre deverá ser assim.

Ultimamente, até os alimentos enriquecidos, para além dos já habituais leites enriquecidos em vitamina D ou mesmo cálcio, também ganharam mais espaço na prateleira dos supermercados. Não me parece mal, parece-me sim que houve, mais uma vez, uma generalização que abrangeu mais pessoas do que as que realmente necessitam.
Um alimento enriquecido, são produtos cuja composição em um determinado nutriente foi aumentada em relação ao seu teor normal.
Conclusão, se está a ser acompanhado nutricionalmente por um profissional da área (da nutrição, claro), pergunte se esses serão os alimento mais adequados à sua terapêutica. Caso contrário, se não está a ser acompanhado, opte por alimentos com melhor qualidade nutricional isto é, sem muitos processos e prefira escolher alimentos cuja o próprio produto original, é baixo em açúcar (o nutriente mais fácil de estar em excesso na alimentação dos dias de hoje). No entanto, esta escolha não se justifica em todos os casos ainda que na maioria deles.

Mais uma vez, aconselho a olhar "com olhos de ver" os rótulos alimentares e a tentar fazer a melhor escolha possível de acordo com o seu ESTILO de VIDA e quadro clínico.

Espero ter ajudado a esclarecer mais um dos "fantasmas" da alimentação e com isso, faço votos de boas e sábias escolhas alimentares😉😊. 



A autora não usa o acordo ortográfico.

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